Montes Claros, 21 de junho de 2013.
QUERIDOS IRMÃOS E IRMÃS EM CRISTO:
QUERIDOS IRMÃOS E IRMÃS EM CRISTO:
Estamos contemplando, em todo território nacional, um movimento em
cadeia, de forte expressão democrática. Multidões de jovens estudantes vêm
manifestando repúdio a uma pluralidade de coisas que, em suma, passam pelas
mãos da política nacional, em todas suas esferas de governo.
Isso, por um lado, é muito louvável porque eleva os interesses do cidadão sobre os interesses de seus mandatários. Demonstra que o eleitor aprendeu a se postar consciente, e mesmo jovem não eleitor, como agente da cidadania, desperto nos interstícios das campanhas eleitorais.
Por outro lado é preciso registrar o perigo de alguns infiltrados em seu meio, podendo ter a tentação de servir oportunamente ao incêndio do vandalismo e ao uso eventual de demagogos na inversão da cobrança.
Como pastor da Igreja, vejo-me no dever de antecipar-me ao movimento que se anuncia nesta cidade para o dia 25 próximo.
O verdadeiro cristão é comprometido com o bem da coletividade.
Não se recomenda seja ele omisso, mas, em se fazendo ativo, seja ordeiro e repudie qualquer tipo de comportamento antidemocrático; não se recomenda seja ele cegamente partidário, senão de Cristo, mas que seja defensor das verdades. Não pode ficar escondido sob o manto da desfaçatez.
Assim, a oportunidade clama para que se abordem temas socialmente relevantes, tais como a educação, a saúde, a segurança, a dignidade humana e a lisura que se espera dos políticos.
É válido e louvável, portanto, manifestar-se em cobrança dos governantes. Cobrança de esforço no sentido de ampliar a oferta do ensino gratuito, igualitário e de qualidade. Cobrança de honestidade na aplicação do dinheiro público. Cobrança de respeito aos valores éticos consagrados. Cobrança nas políticas sociais de segurança, aplicando-se punição aos poderosos igualmente à que se aplica aos pequenos indefesos.
Também é pertinente cobrar maior empenho nas soluções da saúde, porque a saúde é um bem supremo das pessoas e, por isso, a maior responsabilidade constitucional imposta pela cidadania à União, aos Estados e aos Municípios.
A esse respeito, peço refletirem sobre a importância social, especialmente dos hospitais filantrópicos de Montes Claros. Eles têm sido incansáveis na luta por cumprir o dever do Estado, nem sempre compreendidos e respeitados.
Particularmente, conclamo os irmãos à reflexão sobre a nossa Santa Casa. Ela é fruto e responsabilidade direta da Igreja Católica. A Igreja é que lhe garante a fidelidade dos propósitos, ao longo de seus 142 anos. Ela é símbolo de pioneirismo na saúde no Norte de Minas. Não é empresa pública! Instituição privada, ela é trabalho da civilidade de nossos antepassados e das famílias católicas que os sucedem na missão de fazê-la cada vez mais produtiva em sua senda samaritana, a serviço de todos indistintamente. Por isso, conclamo a cada um dos irmãos e irmãs a sentir-se parte da Família Santa Casa. Ela precisa de seu apoio, de sua voz, seja em oração pela continuidade de seu nobre trabalho, seja em sua defesa frente aos que, por não compreendê-la ou por razões outras inconfessas, possam-na maltratar. Não sendo um empreendimento capitalista, focado em lucro, depende, contudo, de recursos para sobreviver, crescer e melhorar as tecnologias que dispõe à salvaguarda das vidas humanas. É preciso que a olhemos com olhos do coração, compreendendo que ela só existe para socorrer as pessoas, inclusive as que vocês amam. Ela não pode ser diminuída nem lhe seja tirada sua força e função social.
Mesmo em seu silêncio habitual a Santa Casa tem uma história eloquente. As chagas abertas no caminho só aumentam o mérito de seu voluntarioso calvário a serviço da Saúde de nosso povo. Tirar a base de sua missão é desviar o serviço ao povo para outros fins.
A todas as pessoas Deus ama igualmente. O que se deve combater são os desvios que o egoísmo e o egocentrismo, como causas indutoras de pecados, trazem à conduta do Poder em prejuízo à coletividade. Por isso, as manifestações cívicas são importantes para se exigirem políticas públicas que realmente sirvam à população, que contribui com seus impostos para o melhor atendimento ao que todos precisam. O povo é o patrão. Os políticos são empregados muito bem pagos e devem servir ao povo em suas necessidades.
Que Deus abençoe a todos e faça deste momento uma oportunidade de avanço no sentido da paz entre os seres humanos.
Isso, por um lado, é muito louvável porque eleva os interesses do cidadão sobre os interesses de seus mandatários. Demonstra que o eleitor aprendeu a se postar consciente, e mesmo jovem não eleitor, como agente da cidadania, desperto nos interstícios das campanhas eleitorais.
Por outro lado é preciso registrar o perigo de alguns infiltrados em seu meio, podendo ter a tentação de servir oportunamente ao incêndio do vandalismo e ao uso eventual de demagogos na inversão da cobrança.
Como pastor da Igreja, vejo-me no dever de antecipar-me ao movimento que se anuncia nesta cidade para o dia 25 próximo.
O verdadeiro cristão é comprometido com o bem da coletividade.
Não se recomenda seja ele omisso, mas, em se fazendo ativo, seja ordeiro e repudie qualquer tipo de comportamento antidemocrático; não se recomenda seja ele cegamente partidário, senão de Cristo, mas que seja defensor das verdades. Não pode ficar escondido sob o manto da desfaçatez.
Assim, a oportunidade clama para que se abordem temas socialmente relevantes, tais como a educação, a saúde, a segurança, a dignidade humana e a lisura que se espera dos políticos.
É válido e louvável, portanto, manifestar-se em cobrança dos governantes. Cobrança de esforço no sentido de ampliar a oferta do ensino gratuito, igualitário e de qualidade. Cobrança de honestidade na aplicação do dinheiro público. Cobrança de respeito aos valores éticos consagrados. Cobrança nas políticas sociais de segurança, aplicando-se punição aos poderosos igualmente à que se aplica aos pequenos indefesos.
Também é pertinente cobrar maior empenho nas soluções da saúde, porque a saúde é um bem supremo das pessoas e, por isso, a maior responsabilidade constitucional imposta pela cidadania à União, aos Estados e aos Municípios.
A esse respeito, peço refletirem sobre a importância social, especialmente dos hospitais filantrópicos de Montes Claros. Eles têm sido incansáveis na luta por cumprir o dever do Estado, nem sempre compreendidos e respeitados.
Particularmente, conclamo os irmãos à reflexão sobre a nossa Santa Casa. Ela é fruto e responsabilidade direta da Igreja Católica. A Igreja é que lhe garante a fidelidade dos propósitos, ao longo de seus 142 anos. Ela é símbolo de pioneirismo na saúde no Norte de Minas. Não é empresa pública! Instituição privada, ela é trabalho da civilidade de nossos antepassados e das famílias católicas que os sucedem na missão de fazê-la cada vez mais produtiva em sua senda samaritana, a serviço de todos indistintamente. Por isso, conclamo a cada um dos irmãos e irmãs a sentir-se parte da Família Santa Casa. Ela precisa de seu apoio, de sua voz, seja em oração pela continuidade de seu nobre trabalho, seja em sua defesa frente aos que, por não compreendê-la ou por razões outras inconfessas, possam-na maltratar. Não sendo um empreendimento capitalista, focado em lucro, depende, contudo, de recursos para sobreviver, crescer e melhorar as tecnologias que dispõe à salvaguarda das vidas humanas. É preciso que a olhemos com olhos do coração, compreendendo que ela só existe para socorrer as pessoas, inclusive as que vocês amam. Ela não pode ser diminuída nem lhe seja tirada sua força e função social.
Mesmo em seu silêncio habitual a Santa Casa tem uma história eloquente. As chagas abertas no caminho só aumentam o mérito de seu voluntarioso calvário a serviço da Saúde de nosso povo. Tirar a base de sua missão é desviar o serviço ao povo para outros fins.
A todas as pessoas Deus ama igualmente. O que se deve combater são os desvios que o egoísmo e o egocentrismo, como causas indutoras de pecados, trazem à conduta do Poder em prejuízo à coletividade. Por isso, as manifestações cívicas são importantes para se exigirem políticas públicas que realmente sirvam à população, que contribui com seus impostos para o melhor atendimento ao que todos precisam. O povo é o patrão. Os políticos são empregados muito bem pagos e devem servir ao povo em suas necessidades.
Que Deus abençoe a todos e faça deste momento uma oportunidade de avanço no sentido da paz entre os seres humanos.
Dom José Alberto Moura*
Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
ARQUIDIOCESE
DE MONTES CLAROS
Rua. Januária, 371 – Centro
Rua. Januária, 371 – Centro
CEP
39400-077 – Montes Claros – MG
Tel.: (38)
3222-9434
* Dom José Alberto
Moura é arcebispo metropolitano de Montes Claros. É presidente do Regional
Leste II da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para o quadriênio
2011-2015. Foi presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Diálogo
Ecumênico e Interreligioso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
de maio de 2007 a maio de 2011. Nasceu em Ituiutaba, Minas Gerais, em 23 de
outubro de 1943. Pertence à Congregação dos Sagrados Estigmas de Nosso Senhor
Jesus Cristo (CSS). Foi nomeado arcebispo metropolitano de MOC em 07 de
fevereiro de 2007, tomando posse nesta Igreja particular em Missa Solene no dia
14 de abril do mesmo ano. Foi ordenado sacerdote estigmatino em 09 de janeiro de
1971.
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