Jair Bastos (@jairbastos)
A reflexão do padre Antônio Maia sobre o maior mandamento para os cristãos é o assunto que norteia as celebrações de uma das mais tradicionais festas do interior de Minas: a festa do Senhor do Bonfim de Bocaiuva.
De acordo com o religioso bocaiuvense, “não basta que passemos pelo ‘Cartório Divino’ – a pia Batismal –, na qual somos marcados com o sangue Espiritual de Cristo, mas que tenhamos, qualquer que seja a nossa função na Hierarquia Eclesial, o mandamento maior de Cristo: a caridade fraterna”.
O início do tríduo da festa do padroeiro da cidade, nesta sexta-feira, 9, foi marcado pela procissão dos carros, realizada há quase 30 anos e que promove a aglomeração de uma centena de veículos de diversas localidades do país. Na chegada, como de costume, os fiéis recebem as bênçãos e fazem a doação de mantimentos que serão distribuídos à população carente.
Nestes sábado e domingo acontece o ápice da festa, com o final da novena preparatória e a descida da imagem do Senhor do Bonfim, que percorre as ruas da cidade durante a procissão solene, no domingo. Após a celebração da Santa Missa pelo padre Fernando Andrade, ocorre o levantamento do mastro da bandeira e show pirotécnico.
ROMEIROS
No domingo, a programação começa às 5h30 com a Alvorada festiva e a chegada de romeiros que fazem peregrinação de Montes Claros para Bocaiuva. A tradicional caminhada dos fiéis será celebrada às 10h, na Missa Solene dos Romeiros, presidida pelo padre João Batista, de Montes Claros. À tarde, tem início a preparação para a Procissão Solene, às 16h, que conta com a participação dos movimentos e grupos da igreja local com a apresentação dos quadros-vivos, numa representação de cenas bíblicas e ligadas à vida atual do cristão. Na chegada, o arcebispo metropolitano de Montes Claros, Dom Geraldo Majela de Castro, preside a celebração da Missa Festiva na praça da Matriz. Completando a programação do dia, o músico católico Flavinho apresenta-se no show “Deus é maior”, aberto ao público, também na praça da igreja matriz.
ORIGENS
Segundo os estudos da pesquisadora bocaiuvense Eliana Maria Fernandes Ribeiro, conta a lenda que, por volta de 1700, escravos levavam uma imagem do Senhor do Bonfim com destino à Bahia e, passando por Macaúbas (atual Bocaiuva), resolveram descansar pois estavam cansados da longa viagem. Acampados debaixo de uma frondosa gameleira, adormeceram rapidamente. No dia seguinte, mesmo descansados, tiveram grande dificuldade para levantar a caixa em que estava a imagem. Com grande esforço, conseguiram andar pouco na direção da antiga estrada para Montes Claros. Anoiteceu e eles repousaram. Na manhã seguinte, a caixa havia desaparecido. Voltaram pelo caminho e encontraram o objeto junto à gameleira na qual haviam repousado anteriormente. Depois de tentativas infrutíferas, entregaram a imagem a alguns poucos habitantes da região, que fizeram o primeiro abrigo de palhas para o Senhor do Bonfim. A partir daí, tem início uma série de relatos de peregrinações até a imagem e outros tantos de milagres alcançados depois dos pedidos feitos ao santo padroeiro de Bocaiuva.
A programação completa da festa pode ser vista no site da Paróquia do Senhor do Bonfim.
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