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20 fevereiro, 2010

CINEMA: Um indiano e um francês nas telas do SESC


Nesse sábado, 20/02, o Cinema Comentado Cineclube e o CineSesc exibem o segundo filme da “Trilogia de Apu”: O INVENCÍVEL (1956), mais um sucesso do premiado diretor indiano Satyajit Ray. Apu agora é um adolescente. Após viver algum tempo em Benares, o jovem de dez anos muda-se com a mãe para a casa de um tio. Ele freqüenta a escola e se destaca entre os colegas ao ponto de receber uma bolsa de estudos para um colégio de Calcutá. Apu decide partir, deixando a mãe angustiada com sua ida e crescente independência. Ela ama muito o filho e pretende o seu sucesso, mas não quer ficar sozinha.

A partir de O INVENCÍVEL, a narrativa do diretor Satyajit Ray se modifica drasticamente em relação àquela apresentada no filme anterior (“A Canção da Estrada”). O caráter universal sugerido pelo primeiro título da série se desmancha em parte para dar vazão a uma história que ganha tons locais. Apu está crescido e, na Índia colonial, receber uma bolsa de estudos era como ganhar na loteria. O rapaz, agora ciente da realidade e das possibilidades de desenvolvimento, refuta um possível retorno ao passado miserável, preferindo aceitar a chance de estudar em Calcutá e ter uma profissão. Durante este período, faz raras visitas à mãe. As escolhas de Apu para com sua família marcarão profundamente sua existência, a partir dos acontecimentos apresentados no decorrer do filme.

De elevado realismo, o cinema de Ray funda-se na escola Italiana a que teve acesso, sobretudo, em Londres. A nostalgia, o desânimo e a compaixão são as suas armas cinematográficas, num país que teimava em não acertar o passo da produção de cinema. Por isso, o cineasta escreveu nos anos 1940: “A crueza das imagens do cinema é a própria vida. É inacreditável como um país que inspirou tanta pintura, música, e poesia, falhe perante o realizador de cinema. Ele só tem de ter os olhos abertos e os ouvidos atentos. Deixem-no fazê-lo”.
E Satyajit fez perfeitamente o retrato da vida em seus filmes provocando o seguinte comentário de Akira Kurosawa: “Não ter visto o cinema de Ray significa existir no mundo sem ver o sol ou a lua”. Classificação etária: 12 anos.

Cinema Comentado Cineclube, em parceria com o CineSesc, acontece todo sábado, a partir das 19h, no Salão de Convenções do Sesc-Pousada Montes Claros – Rua Viúva Francisco Ribeiro 199 (Ginásio do Sesc). A entrada é gratuita e há sempre um bate-papo após as exibições.

Dilemas morais e ação no domingo
           
No domingo, dia 21/02, o CineSesc e o Cinema Comentado Cineclube exibem CÃO DE BRIGA (2005), filme de ação francês dirigido por Louis Leterrier. Danny foi criado como um cão por Bart, um mafioso do submundo. Ensinado a lutar e obedecer, ele é a “principal arma” do criminoso em sua rotina de crimes e extorsão. Basta tirar a coleira e observar Danny acabar com seus inimigos. Ferido numa emboscada, Danny encontra o apoio de Sam, um pianista cego que o abriga. Mais animal que homem, o “cão de briga” passa a se comunicar e descobrir os prazeres da vida, da amizade e do amor. O retorno de Bart coloca sua nova família em perigo e Danny deve lutar novamente. Desta vez, por sua liberdade.

Produzido por Luc Besson (diretor de “O Profissional”, “Nikita” e “O Quinto Elemento”), um dos maiores nomes do novo cinema francês de ação e de ficção científica, CÃO DE BRIGA é uma produção híbrida que ancora as seqüências de lutas, coreografadas com precisão pelo especialista Yuen Wo Ping – responsável pelos combates de “Matrix”, com uma “atualização” do mito de Frankenstein para o universo da máfia. O elenco internacional inclui nomes como Morgan Freeman, Bob Hoskins e Jet Li. Outro grande trunfo do filme é a trilha sonora: criada pelo trio eletrônico Massive Attack, a música incidental está em quase todos os momentos do filme e ajuda a compor a atmosfera sem qualquer interferência exagerada.

Para o diretor Leterrier, CÃO DE BRIGA é “uma história forte cujo enredo produz as seqüências fortes. O personagem de Danny, o que ele é, implica um lado violento, e o meio do qual ele procura se libertar não é afetuoso e não o deixará escapar assim tão fácil. É um filme profundamente humanista e pacifista. Ele insiste no fato de que a violência não é uma fatalidade, que todos têm direito a uma segunda chance. Podemos quebrar o molde dentro do qual fomos criados para descobrir nossa identidade”. Classificação etária: 16 anos.

CineSesc acontece em parceria com o Cinema Comentado Cineclube e a Programadora Brasil, apresentando sessões todos os domingos, no Salão de Convenções do Sesc-Pousada Montes Claros, a partir das 19h. O endereço do Salão é Rua Viúva Francisco Ribeiro 199 (Ginásio do Sesc). As sessões são gratuitas, abertas a todos os interessados, e depois acontece um bate-papo com a platéia sobre o filme apresentado.

PRÓXIMAS ATRAÇÕES:
27/02 – “O Mundo de Apu” (1959), dir: Satyajit Ray.
28/02 – “Underground-Mentiras de Guerra” (1995), dir: Emir Kusturica.

Fonte: Cinema Comentado Cineblube e CineSesc

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